sexta-feira, 11 de outubro de 2024

[POEMA] À deriva

Por Guilherme César



Estou no meio do oceano

Deitado sobre as tábuas que restaram daquilo que construí

Fadigado, machucado, desnorteado.


Não há forças para nadar

O sol castiga minha pele

Desidrata, drena minha vida, esgota minhas chances 


E as ondas vêm e vão.

Ameaçadoras 

Elas sabem que se eu cair na água, afundarei

Já não há forças, serei engolido


Meus olhos permanecem fixos no céu 

Só posso orar para que o fluxo me leve 

Para a praia, para a salvação 

Ou simplesmente, para o céu.

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