---- O TEXTO A SEGUIR
NÃO CONTÉM SPOILERS ----
Por Guilherme César
Finalmente,
depois de um ano de espera e de quase doze anos de construção do universo
compartilhado dos heróis da Marvel, a grande Saga do Infinito chega ao fim.
Nesta madrugada tive a realização de um grande desejo que era o de poder
assistir a pré-estreia deste filme-evento e nas próximas linhas farei uma
análise totalmente opinativa sobre o que vi, descrevendo um pouco do que senti.
Na tentativa de fazer algo mais completo possível, dividirei esta análise em
dois textos, a parte um TOTALMENTE livre de spoilers e detalhes da trama, para
aqueles que não viram ainda o filme e a parte dois focada numa descrição, mais detalhada, contendo spoilers. Então senta aí e aproveita. Espero que goste.
O
longa de três horas de duração pode ser resumido em um grande espetáculo para
os fãs, tanto aqueles que acompanham as HQs desde sempre, conhecendo a fundo os
personagens, quanto aqueles que apenas acompanharam o Universo Cinematográfico desenvolvido
ao longo destes doze anos, iniciado pelo primeiro filme do Homem de Ferro.
Nas últimas
horas, tenho revisitado minhas memórias ainda frescas e procurado por alguma
falha no roteiro, algum defeito, algo para reclamar e confesso que é um
trabalho árduo. O filme é redondo, fecha perfeitamente os arcos de todos heróis,
deixa pouquíssimas pontas soltas propositais para futuras sagas e arcos, e
conclui com louvor o que foi desenrolado por tantos anos.
Acredito que a
melhor palavra para descrevê-lo é DIGNO. Este filme se faz digno em todos os
aspectos. Desde o carinho com que trata a jornada de cada herói, dando o devido
destaque a todos, principalmente em tempo de tela e respeitando todo o
desenvolvimento de personagem até aqui, quanto na profundidade dada a eles,
após os fatos do filme anterior. Guerra Infinita, de forma geral, deixou um
imenso buraco nos espectadores e nos personagens e Ultimato trata-se da
apresentação disso, das consequências do filme anterior. É um grande sentimento
de perda e derrota, somado a vontade de se vingar de um vilão quase inatingível
e até mesmo “inevitável”. Sentimos esse gosto amargo somado ao aperto no peito
que nos tira o ar. A agonia de querer uma resolução, de querer consertar o que
foi feito e, sobretudo, de superar. E isso é brilhantemente mostrado e um
enredo coeso e bem trabalhado. Com diálogos precisos e profundos, que mesmo em momentos
onde existe o alivio cômico, possui peso. E o cômico, as típicas piadas da
formula Marvel, está presente de forma sutil, nada forçado nem desconcertante.
Tudo de forma pontual e muitas vezes servindo como uma maneira em que os próprios personagens
têm de fugir da realidade, da dor que carregam.
É assustador o
peso dramático do roteiro que te leva a tremer em certos momentos e a vibrar
loucamente em outros. Senti desespero, medo, o senso de perigo era real. Temíamos
pelos nossos personagens queridos e sabíamos que a derrota poderia acontecer.
Aprendemos a respeitar e a temer o poderoso Thanos, em minha opinião o melhor
vilão deste universo e que se tornará icônico no cinema, sem dúvidas.
Do inicio ao fim
somos bombardeados com informações, ótimas sequências de ação e bons diálogos. Mesmo
nos momentos de respiro o ritmo não diminui e em certos trechos a tensão é sufocante.
O enredo bem amarrado trata com muito respeito tudo o que foi construído até
então, referenciando momentos de vários filmes e presenteando os fãs mais
atentos com dezenas de easter eggs e os clássicos fanservice. Quem ama as HQs se
esbaldará em momentos icônicos ali presentes que também são capazes de deixar
os fãs mais casuais eufóricos. São tantas cenas incríveis que não temos tempo
nem de terminar as palmas do momento anterior, fazendo nossas mãos doerem. Nos
primeiros vinte minutos de filme somos bombardeados com tantas cenas grandiosas
que a sensação é a de uma sucessão de socos na cara. E meu amigo leitor, já no
inicio somos surpreendidos de tal forma que parece surreal.
Teorias se
confirmam, mas a surpresa também existe. Muito é totalmente diferente do que
pensamos e ainda assim coerente com o que foi mostrado até aqui. As interações
entre os personagens são maravilhosas, os laços se aprofundam e se expandem e a
expectativa é completamente saciada.
Você chora, ri,
grita, vibra, treme. Sente o peso deste filme que encerra um arco grandioso de
forma perfeita, agindo como um grande ponto final, um ato final. Esses 12 anos
se encerraram com maestria em um filme-evento que parece que foi transposto
diretamente das páginas dos quadrinhos. É algo nunca antes feito, nada se
compara a este filme. Principalmente quanto ao gênero de super-heróis. Nem
mesmo dentro do próprio Universo Marvel, Ultimato é tudo que você já viu em uma
escala colossal. Sem dúvidas marcará história e será comentado por décadas.
Vingadores
Ultimato é tudo aquilo que sonhamos e talvez mais. A ausência de cena
pós-créditos nos deixa claro que desta vez o futuro é misterioso, seja o que
vier, não saberemos por alguns meses. Assim a sensação de encerramento torna-se
completa. A despedida é mais dura, mas não menos emocionante. E é na emoção que
esse filme se faz grandioso. Endgame merece ser visto, revisto e comentado.
Merece ser aclamado. Pois é a conclusão de um trabalho minucioso e bem
planejado que respeita seus personagens e principalmente, seu público.
Corre lá e
assiste, não perca a oportunidade de ver no cinema, porque será uma experiência
sem igual. Você não está preparado para o que verá. Eu mesmo pretendo ver
novamente, pois tem muito o que digerir, muito o que observar. São detalhes
demais para olhos emocionados. Maravilhoso, sem mais.
Termino este
texto com um até já.
A análise continua na parte dois, com spoilers. Nos vemos
lá!
----------------------------------------------------------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário