sexta-feira, 20 de julho de 2018

[ANIME – ANÁLISE] BORUTO (Episódio 65) – Finalmente em alto nível


Por Guilherme César

 --------- ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS DOS ANIMES BORUTO E NARUTO ---------



            Com o término do anime de Naruto poucos acreditavam que uma continuação contando a história dos filhos dos personagens principais seria realmente satisfatória. Confesso que, como a maioria, gostaria de assistir mais da história do ninja hiperativo numero um, mas não pensava em uma continuação contando a história de seu filho. Ao assistir ao filme lançado após o fim de NARUTO SHIPUDDEN  -intitulado Boruto – The Movie – não consegui me cativar pelo protagonista que posteriormente teria seu próprio anime.


            O tempo passou, novels foram lançadas e depois de um tempo começou o que seria o inicio de Boruto, em seu próprio mangá. O roteiro dele não é escrito por Kishimoto, nem mesmo desenhado pelo mangaka da série original, o que já me decepcionou. A história segue a base do filme roteirizado e idealizado por Kishimoto, mas aos moldes de um novo desenhista e um novo roteirista. Confesso que odiei o traço um tanto quanto vulgar e nem mesmo me interessei em ler. Contudo, meses depois iniciou-se a animação e essa venho lutando para assistir.
            O anime em si têm um traço melhor que o mangá, a animação é de qualidade e a carga nostálgica está presente. Em relação ao material original (o mangá de Boruto), o anime tem algumas diferenças, sobretudo no ponto inicial da história. A produção para TV teve seu enredo iniciado no primeiro dia de seu protagonista na academia ninja, contando sua trajetória desde o zero, até o ponto atual, onde o enredo do filme foi readaptado e melhorado, com a inclusão de todas as ideias previamente criadas por Kishimoto.
            Neste ponto, sem me alongar demasiadamente, preciso fazer um parênteses, para situar você, leitor, a respeito do ódio de boa parte dos fãs da saga original. Boruto é um protagonista teimoso, que renega ao pai (o amado Naruto) e tem atitudes extremamente infantis. Ele não tem nenhum carisma nas primeiras dezenas de episódios, o que revoltou os fãs. Além do fato da animação ser mais leve, voltada para um público mais jovem e por fim pelas diversas mudanças e discrepâncias em relação ao produto original. Entenda que, em “Boruto – Naruto Next Generation” é contada a história de anos depois da cerimonia de posse de Naruto como Hokage. O mundo está em paz, os ninjas estão perdendo espaço e a tecnologia avançou, o que é esperado em tempos de calmaria. Essas mudanças são condizentes e entende-las sem julgar com um olhar cego de fã é essencial. Excluindo isso, temos o já citado protagonista e sua falta de carisma que, quando analisamos friamente, é tão insuportável quanto o Naruto na série clássica. Eu mesmo era um dos que detestava o protagonista e preferia o Sasuke.
            Dito isso, vamos a análise do episódio em questão. Finalmente chegamos no ponto de convergência do anime e do filme, muitas coisas foram modificadas e melhoradas, sendo que tudo ficou bem melhor do que o filme lançado antes. O arco em questão gira entorno do Exame Chunnin e da invasão de três membros do clã Otsutsuki (clã de Kaguya, a vilã final do Shipudden). O episódio que me refiro foi lançado nesta semana e é o final da batalha contra os vilões. E por que ele me chamou a atenção? Isso vem a seguir...

            Este episódio, na minha humilde opinião, conseguiu ser tão bom quanto os mais aclamados da saga original. Melhor do que dezenas de episódios da saga da Grande Guerra Ninja e com um peso estrondoso para a história da família Uzumaki. Nele vemos finalmente o crescimento de Boruto, seu amadurecimento e o início da sua verdadeira história. O pirralho sem carisma se foi, aquele que ninguém dava crédito finalmente tomou para si o protagonismo de seu próprio anime, mas não sem antes sermos presenteados com uma batalha magnifica e repleta de nostalgia, protagonizada por Naruto e Sasuke.
           Como foi incrível ver os dois amigos e antigos rivais batalhando lado a lado. Logo no começo o overpower Momoshiki que havia absorvido seu comparsa e multiplicado seus poderes dá um baile nos novos Kages, que com exceção de Gaara, são muito fracos. Esse momento trouxe uma breve lembrança da luta de Madara contra os cinco kages anteriores, e evidenciou a superioridade de Naruto e Sasuke que foram os únicos a ficarem de pé após os primeiros ataques do inimigo. E aí, meus amigos, aí começou o show. Sasuke superou todas as expectativas mostrando tudo aquilo que não havia mostrado até hoje e ganhando respeito de todos os fãs da saga. O Uchiha batalhou com astúcia, encarou de frente, lutando em total sincronia com Naruto e usando todos os seus poderes. Vale ressaltar a cena com as shurikens, afinal tem que ter muito culhão para usar uma arma daquelas contra um vilão que é quase um Deus. Sem falar no momento em que Sasuke utilizou do clássico Chibaku Tensei, golpe usado pelo finado Nagato/Pain. A qualidade da animação somada a trilha e aos belíssimos movimentos foram um caso a parte que só acrescentou. Naruto também não ficou de lado e junto de Kurama mostraram seu poder. Esse sim é o Nanadaime Hokage que sonhamos em ver, é ele que carrega o peso de manter a paz no mundo.

            Com tudo isso acontecendo, temos Boruto apenas assistindo ao longe, afinal ele nada pode fazer até aquele momento. E ali, nós somos o Boruto, observando de longe lendas lutando. E depois de uma combinação de Kyuubi + Susano’o os heróis deitam o vilão, que ainda não estava totalmente vencido.
            Neste momento tivemos o surgimento do criador das ferramentas cientificas, que aparentemente estava fora de controle. Um momento bem “wtf”, que levanta a dúvida de como ele foi para ali. Usando de uma das ferramentas ninjas que guarda diversos jutsus ele faz o que ninguém queria, que atirar uma quantidade exorbitante de técnicas contra o vilão, que absorve o chakra e devolve tudo com força maior. Esse reviravolta, embora tosca, é compreensível, pois torna possível o desfecho com o novo protagonista podendo salvar o dia.
           
Usando das técnicas absorvidas Momoshiki paralisa todos os adultos e está prestes a vencer, quando Boruto surge motivado pelo discurso anterior de Sasuke. O Uchiha vinha motivando seu pupilo e de maneira genial o garoto ataca (tudo um plano de Sasuke) usando o novo rasengan. A técnica surpreende o inimigo de forma sensacional e nada forçada, o que é suficiente para fazer com que ele soltasse os heróis. É então que a hora mais esperada chega, Naruto passa para Boruto um gigantesco Rasengan, imbuído de lembranças e de toda a nostalgia do clássico. Vemos o Ero-sennin e tantos outros que já se foram, ao lado de todos que são realmente importantes. Por fim, Sasuke abre caminho mais uma vez de forma astuta e Boruto finaliza o vilão. Sem esquecer da profecia final do Otsutsuki, que previu o futuro obscuro do novo shinobi. Outro destaque foi o sorriso marcante de Naruto ao passar o Rasengan para o filho, muita nostalgia em um episódio só.


           Foi lindo, foi incrível, foi FANTASTICO. Dá vontade de rever. Finalmente Boruto chegou em um nível grandioso e pelo que dizem dos rumos do mangá, a história tende a melhorar, afinal até o mangá chegou em um bom momento. Agora sim vale a pena assistir. Se você não assiste, dê uma chance, os 64 episódios anteriores podem não parecer, mas são importantes para a construção do personagem. No fim, valeu a pena. Esse episódio será muito lembrado, por sua qualidade excepcional e por todos os elementos que encantaram os fãs do clássico. Que venha uma nova saga ainda melhor e que o nível continue alto. VALEU A PENA.




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