Por Guilherme César
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ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS DOS ANIMES BORUTO E NARUTO ---------
Com o término do anime de Naruto poucos acreditavam que
uma continuação contando a história dos filhos dos personagens principais seria
realmente satisfatória. Confesso que, como a maioria, gostaria de assistir mais
da história do ninja hiperativo numero um, mas não pensava em uma continuação
contando a história de seu filho. Ao assistir ao filme lançado após o fim de
NARUTO SHIPUDDEN -intitulado Boruto –
The Movie – não consegui me cativar pelo protagonista que posteriormente teria
seu próprio anime.
O tempo passou, novels foram lançadas e depois de um tempo
começou o que seria o inicio de Boruto, em seu próprio mangá. O roteiro dele
não é escrito por Kishimoto, nem mesmo desenhado pelo mangaka da série
original, o que já me decepcionou. A história segue a base do filme roteirizado
e idealizado por Kishimoto, mas aos moldes de um novo desenhista e um novo
roteirista. Confesso que odiei o traço um tanto quanto vulgar e nem mesmo me
interessei em ler. Contudo, meses depois iniciou-se a animação e essa venho
lutando para assistir.
O anime em si têm um traço melhor que o mangá, a animação
é de qualidade e a carga nostálgica está presente. Em relação ao material original
(o mangá de Boruto), o anime tem algumas diferenças, sobretudo no ponto inicial
da história. A produção para TV teve seu enredo iniciado no primeiro dia de seu
protagonista na academia ninja, contando sua trajetória desde o zero, até o
ponto atual, onde o enredo do filme foi readaptado e melhorado, com a inclusão
de todas as ideias previamente criadas por Kishimoto.
Neste ponto, sem me alongar demasiadamente, preciso fazer
um parênteses, para situar você, leitor, a respeito do ódio de boa parte dos
fãs da saga original. Boruto é um protagonista teimoso, que renega ao pai (o
amado Naruto) e tem atitudes extremamente infantis. Ele não tem nenhum carisma
nas primeiras dezenas de episódios, o que revoltou os fãs. Além do fato da animação
ser mais leve, voltada para um público mais jovem e por fim pelas diversas
mudanças e discrepâncias em relação ao produto original. Entenda que, em “Boruto
– Naruto Next Generation” é contada a história de anos depois da cerimonia de
posse de Naruto como Hokage. O mundo está em paz, os ninjas estão perdendo
espaço e a tecnologia avançou, o que é esperado em tempos de calmaria. Essas
mudanças são condizentes e entende-las sem julgar com um olhar cego de fã é
essencial. Excluindo isso, temos o já citado protagonista e sua falta de
carisma que, quando analisamos friamente, é tão insuportável quanto o Naruto na
série clássica. Eu mesmo era um dos que detestava o protagonista e preferia o
Sasuke.
Dito isso, vamos a análise do episódio em questão.
Finalmente chegamos no ponto de convergência do anime e do filme, muitas coisas
foram modificadas e melhoradas, sendo que tudo ficou bem melhor do que o filme
lançado antes. O arco em questão gira entorno do Exame Chunnin e da invasão de
três membros do clã Otsutsuki (clã de Kaguya, a vilã final do Shipudden). O
episódio que me refiro foi lançado nesta semana e é o final da batalha contra
os vilões. E por que ele me chamou a atenção? Isso vem a seguir...
Este episódio, na minha humilde opinião, conseguiu ser
tão bom quanto os mais aclamados da saga original. Melhor do que dezenas de
episódios da saga da Grande Guerra Ninja e com um peso estrondoso para a
história da família Uzumaki. Nele vemos finalmente o crescimento de Boruto, seu
amadurecimento e o início da sua verdadeira história. O pirralho sem carisma se
foi, aquele que ninguém dava crédito finalmente tomou para si o protagonismo de
seu próprio anime, mas não sem antes sermos presenteados com uma batalha
magnifica e repleta de nostalgia, protagonizada por Naruto e Sasuke.
Como foi incrível ver os dois amigos e antigos rivais batalhando
lado a lado. Logo no começo o overpower Momoshiki que havia absorvido seu comparsa
e multiplicado seus poderes dá um baile nos novos Kages, que com exceção de
Gaara, são muito fracos. Esse momento trouxe uma breve lembrança da luta de
Madara contra os cinco kages anteriores, e evidenciou a superioridade de Naruto
e Sasuke que foram os únicos a ficarem de pé após os primeiros ataques do
inimigo. E aí, meus amigos, aí começou o show. Sasuke superou todas as
expectativas mostrando tudo aquilo que não havia mostrado até hoje e ganhando
respeito de todos os fãs da saga. O Uchiha batalhou com astúcia, encarou de
frente, lutando em total sincronia com Naruto e usando todos os seus poderes. Vale
ressaltar a cena com as shurikens, afinal tem que ter muito culhão para usar
uma arma daquelas contra um vilão que é quase um Deus. Sem falar no momento em
que Sasuke utilizou do clássico Chibaku Tensei, golpe usado pelo finado
Nagato/Pain. A qualidade da animação somada a trilha e aos belíssimos movimentos
foram um caso a parte que só acrescentou. Naruto também não ficou de lado e
junto de Kurama mostraram seu poder. Esse sim é o Nanadaime Hokage que sonhamos
em ver, é ele que carrega o peso de manter a paz no mundo.
Com tudo isso acontecendo, temos Boruto apenas assistindo
ao longe, afinal ele nada pode fazer até aquele momento. E ali, nós somos o
Boruto, observando de longe lendas lutando. E depois de uma combinação de
Kyuubi + Susano’o os heróis deitam o vilão, que ainda não estava totalmente
vencido.
Neste momento tivemos o surgimento do criador das
ferramentas cientificas, que aparentemente estava fora de controle. Um momento
bem “wtf”, que levanta a dúvida de como ele foi para ali. Usando de uma das
ferramentas ninjas que guarda diversos jutsus ele faz o que ninguém queria, que
atirar uma quantidade exorbitante de técnicas contra o vilão, que absorve o
chakra e devolve tudo com força maior. Esse reviravolta, embora tosca, é compreensível,
pois torna possível o desfecho com o novo protagonista podendo salvar o dia.
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