sábado, 16 de maio de 2020

[ANIME] DIGIMON ADVENTURE (1999) – ANÁLISE NOSTÁLGICA E EXPECTATIVAS PARA O REBOOT


Por Guilherme César

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Obviamente contém spoilers 
(Avisando mesmo que já tenha sido lançado há 20 anos)
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Depois de muitos meses longe do blog, volto para escrever, desta vez impulsionado pela quarentena que todos temos vivido. E graças ao isolamento e ao tempo extra, resolvi maratonar um anime que marcou a minha infância e que neste ano de 2020 voltará a mídia com seu reboot, DIGIMON ADVENTURE. Então, me perdoem por estar enferrujado, mas vamos ao texto.


Lançado em 1999, Digimon Adventure conta a história de sete crianças que são transportadas de forma mágica para o Digimundo (Mundo Digital), onde conhecem seus parceiros Digimon e embarcam em aventuras para salvar os mundos humanos e digital das forças da escuridão. Uma premissa clichê, mas que ganhou muito destaque na época, principalmente ao surfar na onda do seu “rival” em ascensão POKEMON. E de certo modo nota-se que ambos possuem semelhanças, sobretudo quanto ao plot das crianças batalhando ao lado de monstrinhos fofos.
Todavia, a franquia Digimon cresceu bastante nos anos que seguiram, apoiando-se no anime que por sua vez tinha uma qualidade superior ao de Pokémon. Sei que este pode ser um assunto polemico, mas é quase indiscutível que em questão de qualidade na adaptação televisiva, Digimon supera Pokémon, ainda que o segundo seja indiscutivelmente superior quanto aos jogos. E tem espaço no coração de todo mundo para amar ambos. Então, saindo da questão polemica... o crescimento da franquia dos digiescolhidos fez com que o mundo digital se ampliasse e o enredo se expandisse. O que torna Digimon tão cativante é justamente a sua mitologia, que hoje é bem maior do que se esperava, lá em 1999.


Pois bem, depois do sucesso do especial finalizado em 2019 (Digimon Adventure Tri) que serve como continuação da história clássica e conta a história dos digiescolhidos agora na adolescência, abriu-se a porta para um reboot da franquia com a premissa de atualizar o Digimundo e trazê-lo para o contexto atual. E é claro que, como um fã da franquia, sobretudo das temporadas do Adventure, comprei a idéia e assisti aos três primeiros episódios do reboot (que atualmente está em pausa devido à pandemia) e foi tomado pela nostalgia. Ainda que bem na fase inicial, o reboot já transparece mais maturidade e indica que vamos ter uma viagem bem mais profunda na mitologia do mundo digital, o que por si só já me cativou. E isso foi o suficiente para me encher de vontade de reassistir ao original de 1999, com o intuito de ter fresco na mente, toda a história original e assim poder notar as semelhanças e melhoras no novo material.
Com isso, 20 anos depois me peguei mergulhando de cabeça em uma aventura complemente emocional e retornei para minha infância, sentindo arder em meu peito a vontade de ser um digiescolhido. Acompanhar o inicio da aventura de Taichi (na versão dublada apenas Tai) e seus amigos junto de Agumon e os demais digimons foi incrível e claro, agora mais maduro pude entender certas reclamações dos fãs, quanto ao enredo original.


Muitos reclamam do extremo protagonismo de Taichi e Yamato (na versão brasileira chamado de Matt), que são os únicos que conseguem fazer seus parceiros atingirem sua Forma Definitiva – megaevolução. Isso faz com que os demais personagens fiquem deixados para escanteio e mesmo que nos episódios finais eles tenham destaque, é inevitável não querer que todos os oito Digimon atinjam sua forma mais poderosa (o que só foi acontecer quase 20 anos depois em Adventure Tri). Sem contar os pequenos furos e clichês que por ser uma obra voltada para as crianças, na época passavam desapercebidos.
Contudo, o que mais se destacou ao maratonar foi o crescimento das crianças e a força dos laços delas com seus parceiros e entre si. É maravilhoso acompanhar tudo isso e ser premiado com um encerramento tão emocionante, que nos força a um breve adeus, fazendo com que todos tenham que despedir do mundo digital e dos Digimon. Confesso que fiquei com os olhos marejados e tive que conter o choro. Eu, que em dez dias completarei 28 anos, me emocionei muito e fiquei a ponto de chorar com aquele final. São 54 episódios de grandes aventuras e de um enorme desenvolvimento, onde assistimos crescer as crianças escolhidas, onde entendemos o real valor da amizade, coragem, amor, esperanças e muitas outras virtudes que servem de pilar para os digiescolhidos.
Ainda que seja uma obra infantil, Digimon consegue nos passar a mensagem do peso do sacrifício, de que é doloroso amadurecer e que unidos, sempre seremos mais fortes. E claro, reassistir só reacendeu a chama que reside em meu peito, trazendo à tona sentimentos que tinha quando criança. E é claro, aumentou ainda mais as minhas expectativas para o reboot.
Digimon Adventure 2020 chega no momento certo, afinal vivemos em uma era em que a tecnologia e a internet são essenciais, o que torna muito mais fácil entender o contexto do Mundo Digital. Trazer  enredo da franquia para os tempos atuais abre um leque de possibilidades, onde poderemos nos aprofundar mais nos conceitos formadores do Digimundo e expandir ainda mais a mitologia da série. Visto que depois de 20 anos sabe-se muito mais a respeito das criaturas digitais e da estrutura de seu mundo, agora tem-se a oportunidade de canonizar e solidificar toda essa essência, usando como protagonista as Crianças Escolhidas da temporada mais aclamada. E ainda, com a aparição das Formas Definitivas dos demais Digimon, abre-se espaço que eles apareçam antes na história, ainda nas aventuras da infância dos digiescolhidos.
Por fim, não podemos esquecer que atualmente a qualidade dos roteiros e das animações melhorou exponencialmente, o que faz com que sejamos presenteados com batalhas mais bem produzidas e coreografadas, enredos mais dramáticos e maduros e mais profundidade aos personagens. Digimon Adventure 2020 carrega a nostalgia dos fãs unida com a esperança e a oportunidade de melhorar aquilo que já era emocionante. Sem dúvidas, esse reboot promete!



E assim termino minha maratona feliz, emocionado e com aquele quentinho no coração, feito pela vontade de querer ser um digiescolhido e da expectativa de poder continuar me aventurando no digimundo ao lado de Tai e seus amigos, neste reboot. E é claro, logo mais começo a maratona de Adventure 02, a continuação do clássico, lançada em 2000 e sequência direta da primeira temporada. Afinal, nada melhor para esperar o novo, do que relembrar o velho, revivendo boas lembranças.


Obrigado, Digimon, por alegrar minha infância e me mostrar que minha criança interior ainda reside aqui!

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