Por
Guilherme César
Como
já é sabido, spoilers estão por vir,
então leia ciente disso.
Ontem tive o prazer de ir finalmente ao cinema para
assistir um dos filmes mais aguardados de 2016. Depois de uma semana de seu
lançamento pude apreciar o muito criticado Batman V Superman. Confesso que
desde o início das críticas eu nem me importei. Muitas vezes a visão de um
critico e de um fã são completamente diferentes, e eu já tenho um histórico a
ser do contra em caso de filmes de super-heróis. Por exemplo, sou fã da
trilogia do Homem-Aranha de Sam Raimi, sem precisar odiar o Espetacular Homem-Aranha.
Além de ter gostado muito de Smallvile
(extremamente criticada hoje em dia) e do filme do Demolidor (que para a época
foi muito bom). Conheço muita gente que critica os filmes e a série que citei
acima e posso até perder a pouca credibilidade que tenho com esse texto. Mas
quando se trata de críticas, temos que focar no que NÓS vemos e não no que os
outros dizem. Conceitos culturais e regionais, opinião e valores mudam de
pessoa para pessoa, e tudo isso influencia no julgamento. Logo, minha visão
sempre será mais bondosa dos filmes, pois julgo o felling, antes de julgar os quesitos técnicos. Se o filme me passar
aquele sentimento bom, então não tenho porque reclamar. Embora esteja começando
a ver os filmes também com um olhar técnico, depois da minha graduação. Dito
tudo isso e sem mais delongas, vamos ao filme.
A premissa do filme era simples,
colocar os dois maiores heróis da DC para se enfrentarem num embate de vida ou
morte, onde suas ideologias se chocavam e a dualidade reinava. Dia e noite, luz
e sombras, Deus e Homem. A continuação de Man
of Stell prometia ser fantástica e a ideia de usar como base a HQ do Cavaleiro
das Trevas de Frank Miller deixou os fãs enlouquecidos. Contudo, logo na fase
de divulgação muita gente ficou irritada (sem motivos) com o excesso de
trailers e de material divulgado. As pessoas não entendiam o peso que esse
filme carregava e a necessidade de divulgá-lo de modo que o público fosse ver e
não fosse um fracasso. BvS é um filme ousado e isso justifica tanto material
ter sido divulgado. Não quiseram arriscar. Ao meu ver, quem reclama por causa
de trailer é adepto do “mimimi”. Se não quer saber sobre o filme, não assiste
nem se envolve com a divulgação. Assim você se surpreende depois. Eu mesmo
levei grandes spoilers do filme na
semana passada e isso não mudou em nada a minha experiência.
Outro ponto que deixou o público
dividido foi o elenco. A escolha do novo Batman, da Mulher Maravilha e do
vilão, Lex Luthor, deixaram todos receosos com o sucesso do longa. Sem falar no
grande número de personagens e no perigo deles não serem bem aproveitados. Garanto
que eles foram e muito bem aproveitados.
Começando por ela, a lindíssima
Gal Gadot que fez uma legião de ditos fãs se revoltarem quando surgiu a notícia
de que ela seria a nova Mulher Maravilha. Comentários como “ela é magra
demais”, “não se parece com a Diana”, “péssima atriz” e outras babaquices
tomaram conta da internet. No fim ela calou a boca de todo mundo. Fiquei
completamente arrebatado com a atuação e presença de Gal no filme. Apareceu na
medida certa, foi apresentada perfeitamente e nos presentou com uma Mulher
Maravilha imponente, linda e muito, muito, muito poderosa. Caralho! Dava até
medo! É aquela mulher que você fica com
receio até de dizer um “Oi” de tão perfeita. Parecia de outro mundo,
praticamente uma Deusa. E a Mulher Maravilha não é isso? Reclamar da Gal é ser
muito hater. Ela simplesmente arrasou
e vou com certeza assistir o filme solo da heroína. Foi perfeita nas cenas de
batalha, na química com Bruce e na presença na tela. De encher os olhos. E ela
é sexy, viu? De deixar o queixo dos marmanjos caído e as moças com inveja. Não
precisou de olhos azuis e peitões, nem de um sexy apeal exagerado para ser uma perfeita Diana.
Já o nosso vilão da vez, o jovem
Lex Luthor, de Jesse Eisenberg, bom, ele mitou. Sou fã do Lex de Smallville e acho difícil ele ser
copiado no cinema, mas Jesse fez um excelente trabalho. Criou um Lex único,
repleto de trejeitos e totalmente psicótico. Um típico gênio do mal que ditou o
rumo do filme. Tudo ali passou por ele, desde a intriga entre os heróis, até o
desfecho e o gancho para o próximo filme. Tudo isso coroado com cenas hilárias
e muitas vezes assustadoras. Ele soube ser um vilão certeiro, que arquitetou
seu plano com inteligência e dominou o enredo. Seu ódio pelo Superman e as
comparações que ele faz do herói com Deus são incríveis. Sem dúvidas os
melhores diálogos são os dele. Destaco a cena na cobertura da Lex Corp com Lois e com o Super, e as
cenas dele com a Senadora. Genial.
E claro, a grande estrela do
filme, o cara que não só calou a boca de todo mundo, mas chutou as bundas e com
estilo, Batman. Ben Affleck é, sem dúvidas, o melhor Batman de todos os tempos.
Me deixa triste o fato dele não poder contracenar com o melhor Coringa, o do
Ledger (espero que o Jared Leto o supere). Tanto como Bruce, quanto como
Batman, Ben surpreendeu e se superou. Um Homem Morcego assustador, realmente
atormentado e sombrio. Que faz até os policiais terem medo, que deixa os
bandidos com o c* na mão e que se eu encontrasse a noite sairia correndo.
Incrivelmente inteligente, brutal e com muito, muito preparo. Affleck estava
monstruoso, um Batman parrudo e porradeiro,
que não teve receio de espancar os bandidos, assim como nos jogos da série Arkhan. Visualmente assustador, nos
momentos das lutas ele era insano. Caramba, em determinado momento, quando ele
ataca um grupo de vilões, antes do último ato do filme, eu cheguei a soltar um
“Eita porra”, na sala de cinema. Quando ele atinge um soco que desmonta o pobre
do oponente eu fiquei em êxtase. O cara é monstruoso. Destaco o Alfred também,
que foi sensacional como sempre, um personagem que em todos os filmes do
Morcego é brilhantemente interpretado.
Sobre o confronto dos heróis,
antes gostaria de comentar que o Henry Cavill como Superman tem me
surpreendido. O cara está fantástico e que monstro. A roupa ressalta seus
músculos e ele está gigante. Parece mesmo um Deus inspirado na cultura Grega,
invencível e inalcançável. Em algumas cenas ele parecia uma divindade, em
outras conseguia intimidar de tal forma que assustava. Não tenho do que
reclamar. Até da Lois eu gostei, mesmo com seu status quo de donzela em perigo, ela se mostrou determinada e
inteligente, muito melhor do que simplesmente o parzinho romântico que foi no
outro filme. Agora, sobre o embate e finalmente sobre ele, QUE LUTA! Muitos reclamaram
de ter sido curta e, creio eu, que ela será estendida no Blu-ray. Eu achei perfeita. Tanto o desenvolvimento do enredo até o
momento da batalha, a justificativa e a luta em si, tudo redondinho. Batman se
preparando, Superman sendo ameaçado e ficando de joelhos (uma das cenas mais
épicas) e a troca de socos entre os dois... Foi FANTASTICO! Superman se
recusando a lutar no início e o Batman mostrando que estava preparado para a
luta. Um ambiente estrategicamente preparado para a batalha, típico do Homem
Morcego. Ele não precisa de poderes, isso o torna mais foda que qualquer outro.
E o Morcegão bateu sem dó. Quando Ka-el
fica vulnerável, Bruce não perdoa e de homem para homem, o espanca sem piedade.
Foi de perder o fôlego. Ver o Superman no chão, depois de ser massacrado pelo
Batman nos mostrou que a determinação de um homem pode superar um Deus.
E mais uma vez, tem gente
reclamando, nesse ponto, sobre o desfecho da luta. Sim, as mães deles tem o
mesmo nome e sim, é plausível que isso tenha desarmado o Batman. Caramba, até
então ele via o kryptoniano como um ET
filho sem mãe que estava ali para destruir o mundo. Bruce estava repleto de
ódio e ver o “miserável que trouxe a guerra até nós” suplicando que seu até
então inimigo salvasse sua mãe foi um toque de gênio. Ali, a humanidade de
ambos veio a tona e o Homem Morcego se identificou com o Superman, na minha
opinião, plausível.
Por fim, a aparição do Apocalipse
e a batalha da Trindade contra ele foi fantástica. Foda-se se teve muito CGI, está
querendo o quê? Era uma briga de monstros. Numa escala assustadora. Foi muito
bem encaixado, muito bem explorada e mostrou a genialidade de Lex, que estava
preparado para vários cenários. O sacrifício de Clark no fim só deixou a batalha
ainda mais incrível, colocando um ponto final no ódio de Bruce por ele. Ali,
Superman mostrou que realmente quer proteger o mundo e aqueles que ama, se
mostrou como o verdadeiro herói que é. Destaco a Mulher Maravilha de novo, que destroçou
e muito nessa luta.
Dawn of Justice prometeu um
filme que teria um confronto épico e teve. Prometeu o gatilho para o filme da Liga
e teve. Os novos heróis foram brilhantemente apresentados, com destaque para o
Flash que pelo visto vai surpreender. No fim, não tenho do que reclamar, o
filme atendeu minhas expectativas, foi sombrio e de perder o ar. Fiquei
empolgado no cinema, tive momentos que não aguentei e ri de certas piadas,
outros quase pulei da poltrona de emoção e fiquei encantado com todos os
personagens. O gancho para o próximo vilão, que provavelmente foi atraído para
a Terra pelo Lex ao criar o apocalipse também foi genial. “Ele está vindo”, é,
Papai Darkseid está chegando!!!!!A DC acertou em tudo e eu veria de novo no
cinema se pudesse. Rezo para que o Guerra Civil seja no mesmo nível. E que os
filmes de heróis continuem assim, É P I C O S!
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